Foi fantástico o encontro que decorreu, hoje, na BE, entre o poeta João Pedro Mésseder e as quatro turmas de 6ºano.
Depois de apresentados os trabalhos de escrita criativa, elaborados à sua moda nas aulas de português, os alunos puderam questionar o autor sobre a sua obra e a sua motivação para a escrita.
De uma forma muito acessível e sedutora, João Pedro Mésseder deu algumas lições a quem o ouviu. Sem moralismos. Mas muitas verdades foram ditas.
Para o autor, escrever é brincar com legos, uma atividade que adorava fazer quando era criança. Juntar palavras e mais palavras é construir algo. Aliás, construir é uma das palavras que prefere. Não gosta da palavra inspiração por ser muito vaga, prefere construção. Da mesma forma, também não gosta da palavra sucesso.
Assim, o que escreve não é fruto de inspiração mas sim de atenção. Escreve sobre o mundo à sua volta, depois de ver, ouvir e estar atento.
Segundo ele, o mundo tem duas metades: a face boa, iluminada, que nos faz gostar de viver, onde estão o sol, o mar, os livros, a alegria; a face má, terrível, escura, onde estão as guerras, os conflitos, os maus governantes… Os escritores escrevem sobre essas duas metades.
E continuou, respondendo às muitas questões.
Um livro faz-se de palavras, não de inspiração. Um bom livro é o que faz o leitor ser outro, terminada a leitura.
O livro que gostaria de ter escrito é Livro sexto, de Sophia de Mello Breyner Andresen, por adorar este livro, em particular, e a poesia e os contos de Sophia, em geral.
Em criança sonhava ser condutor de elétricos e, mais tarde marinheiro. Como não foi possível ser condutor de elétricos e enjoou na primeira viagem que fez por mar, optou por navegar e viajar através das palavras.
A poesia de Luís de Camões foi uma forte motivação para começar a escrever, ainda criança. Escrever poemas à moda do grande poeta foi uma forma que encontrou para comunicar e entrar no coração dos outros, sobretudo das meninas de quem gostava.
Segundo João Pedro Mésseder, a infância do seu tempo não é muito diferente da infância de hoje. O acesso às coisas é que é diferente. Hoje, as crianças têm acesso a muita informação que era impensável no tempo da sua infância, a começar pelas bibliotecas tão bem equipadas como são as bibliotecas escolares.
De que cor é o desejo?
Repentina foi a resposta: vermelho, cor do início da vida, do trabalho, da liberdade.
1 comentário:
Eu gostei muito do encontro com o poeta João Pedro Mésseder ele é muito expressivo, comunicativo, simpático e acessível aos alunos.
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