Com a "Carta de amor a Luís de Camões", incluída neste livro que contém três histórias de amor, Sofia Ester ganhou um prémio (4º Concurso Nacional de Jornalismo Juvenil). O livro foi levado para uma aula de Língua Portuguesa, do 9ºA, e a carta foi lida aos alunos que iam começar a estudar Camões e Os Lusíadas.
Desafiados a, também eles, escreverem uma carta a Luís de Camões, como forma de mostrarem os seus conhecimentos após a pesquisa, assim o fizeram e boas cartas foram escritas.
Em homenagem ao nosso grande poeta, aqui fica a carta que a Sandra Santos escreveu, em nome de Luís de Camões, como resposta à Leonor Santos, a personagem de Sofia Ester.
Desafiados a, também eles, escreverem uma carta a Luís de Camões, como forma de mostrarem os seus conhecimentos após a pesquisa, assim o fizeram e boas cartas foram escritas.
Em homenagem ao nosso grande poeta, aqui fica a carta que a Sandra Santos escreveu, em nome de Luís de Camões, como resposta à Leonor Santos, a personagem de Sofia Ester.
Paraíso, 23 de Janeiro de 2009
Querida Leonor:
Sei que escreveste esta carta em vão, não esperando resposta, mas os Mensageiros do Paraíso encontraram-na a vaguear pelo mar e entregaram-ma. Como é gratificante saber, depois de tantos anos, que há alguém a pensar em mim e a reconhecer o meu trabalho. O medo de perder a minha valiosa Epopeia, naquele mar ingrato, e que ninguém a pudesse ler, foi horrível. Pois, afinal, foi através dela que tive sucesso e vejo, como dizes na tua carta, que nos teus dias todos conhecem a minha obra ou pelo menos já ouviram falar nela. Poder dar a conhecer o meu trabalho, a História de Portugal, é simplesmente honroso.
És uma menina muito inteligente e culta que demonstra conhecimento de todas as minhas viagens, de toda a minha vida. Na tua carta, falas na minha viagem à Índia, à Europa e à minha passagem por Lisboa, Cascais e até Coimbra. Sim, foi em Coimbra que eu estudei e aprendi muitas coisas e tive a oportunidade de aprofundar a minha cultura. Todas as viagens que fiz enriqueceram-me tanto! Contudo, foi claramente graças aos meus estudos, em Coimbra, que tive a oportunidade de ler maravilhosos livros escritos por maravilhosos escritores, nomeadamente Virgílio, Homero, Horácio e muitos mais, que contribuíram imenso para que eu pudesse escrever Os Lusíadas. Desde pequeno que me habituei a ver estátuas de heróis por vários lados e, pelo que dizes na tua carta, eu próprio me tornei um herói e fizeram uma estátua a honrar-me. Que maravilha!
Tive também a oportunidade de conhecer um grande homem, o Mestre Gil Vicente. Ainda me lembro de assistir a algumas das suas peças de teatro que me marcaram tais como Auto da Índia e Auto da Fama. Duas peças únicas que me encantaram.
Bem, a minha vida não conteve apenas episódios felizes, como sabes. Fui para a guerra e lá perdi o meu olho. E, desgraça atrás de desgraça, cometi uma loucura e fui preso. Tive a sorte de o senhor a quem atingi com a minha espada me desculpar e, saído da cadeia, parti para a Índia.
Conheci o Adamastor, em quem me revejo, uma criatura fantástica que trouxe muitos pesadelos a imensos marinheiros. Ao passar por África, comecei a estruturar a minha epopeia e, chegado à Índia, comecei a escrever a dedicatória ao rei D. Sebastião. Concluí a minha obra e fui para Lisboa com um único propósito: publicar os Lusíadas. Em 1572, o sonho concretizou-se. Os Lusíadas foram publicados.
E isto foi a minha vida, querida Leonor. Agradeço o amor que tens por mim, por tudo o que fui e sou. Ficarei à tua espera, aqui no Paraíso.
Com eterna amizade,
Sei que escreveste esta carta em vão, não esperando resposta, mas os Mensageiros do Paraíso encontraram-na a vaguear pelo mar e entregaram-ma. Como é gratificante saber, depois de tantos anos, que há alguém a pensar em mim e a reconhecer o meu trabalho. O medo de perder a minha valiosa Epopeia, naquele mar ingrato, e que ninguém a pudesse ler, foi horrível. Pois, afinal, foi através dela que tive sucesso e vejo, como dizes na tua carta, que nos teus dias todos conhecem a minha obra ou pelo menos já ouviram falar nela. Poder dar a conhecer o meu trabalho, a História de Portugal, é simplesmente honroso.
És uma menina muito inteligente e culta que demonstra conhecimento de todas as minhas viagens, de toda a minha vida. Na tua carta, falas na minha viagem à Índia, à Europa e à minha passagem por Lisboa, Cascais e até Coimbra. Sim, foi em Coimbra que eu estudei e aprendi muitas coisas e tive a oportunidade de aprofundar a minha cultura. Todas as viagens que fiz enriqueceram-me tanto! Contudo, foi claramente graças aos meus estudos, em Coimbra, que tive a oportunidade de ler maravilhosos livros escritos por maravilhosos escritores, nomeadamente Virgílio, Homero, Horácio e muitos mais, que contribuíram imenso para que eu pudesse escrever Os Lusíadas. Desde pequeno que me habituei a ver estátuas de heróis por vários lados e, pelo que dizes na tua carta, eu próprio me tornei um herói e fizeram uma estátua a honrar-me. Que maravilha!
Tive também a oportunidade de conhecer um grande homem, o Mestre Gil Vicente. Ainda me lembro de assistir a algumas das suas peças de teatro que me marcaram tais como Auto da Índia e Auto da Fama. Duas peças únicas que me encantaram.
Bem, a minha vida não conteve apenas episódios felizes, como sabes. Fui para a guerra e lá perdi o meu olho. E, desgraça atrás de desgraça, cometi uma loucura e fui preso. Tive a sorte de o senhor a quem atingi com a minha espada me desculpar e, saído da cadeia, parti para a Índia.
Conheci o Adamastor, em quem me revejo, uma criatura fantástica que trouxe muitos pesadelos a imensos marinheiros. Ao passar por África, comecei a estruturar a minha epopeia e, chegado à Índia, comecei a escrever a dedicatória ao rei D. Sebastião. Concluí a minha obra e fui para Lisboa com um único propósito: publicar os Lusíadas. Em 1572, o sonho concretizou-se. Os Lusíadas foram publicados.
E isto foi a minha vida, querida Leonor. Agradeço o amor que tens por mim, por tudo o que fui e sou. Ficarei à tua espera, aqui no Paraíso.
Com eterna amizade,
Luís de Camões
1 comentário:
Tardou, mas finalmente tenho uma resposta à minha carta!
Obrigada Sandra Santos e parabéns à Professora Ana Paula Oliveira. Adorei a carta :)
Beijinhos,
Sofia Ester.
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