terça-feira, 10 de junho de 2008

DIA DA CAMÕES

Mais um ano a comemorar o maior poeta da língua portuguesa, um imortal que constantemente é citado. Um dos grandes portugueses e um dos grandes poetas da Humanidade, deixou uma magnífica obra poética cheia de sabedoria e sensibilidade. Morreu há 428 anos mas não perdeu a actualidade, como demonstra este seu poema.

Ao desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.

Bom feriado e melhores leituras!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

CARTAS AOS HERÓIS

Os bons exemplos devem ser seguidos incondicionalmente. Foi o que fizeram os alunos do 8ºA, numa aula de Português, tomando como bom exemplo o escritor JOSÉ JORGE LETRIA e o seu livro Cartas aos Heróis. Depois de analisadas algumas cartas deste livro, os alunos redigiram as suas próprias cartas endereçadas à personagem que mais os marcou ao longo das suas leituras. De salientar que, todos os 22 alunos da turma lêem. Uns mais, outros menos, mas todos correm para a BE à procura dos livros que vão sendo apresentados nas aulas pela professora ou por eles próprios. Aqui ficam as melhores cartas e as capas dos livros donde sairam as personagens.



A primeira carta é para um amigo saído do livro A ilha na rua dos pássaros, de Uri Orlev, Ambar
Meu querido amigo:
Desde há seis meses para cá que te admiro. Seis meses porquê? Porque há seis meses te conheci. Sim… Desde o primeiro dia que te conheci, admiro-te. Porquê? Agora és tu que te admiras? Porque mostras uma força que nunca conheci. És um rapaz da minha idade e que me mostra uma realidade cruel completamente diferente da minha. Eu nunca tive uma arma na mão, tu já mataste um homem. Julgar-te? Uma criança em plena segunda guerra mundial sem pai, sem mãe, sem amigos, sem casa, sem abrigo, com pessoas que deixaram de ser quem eram, com… Com quê? Com muitas pessoas que querem sobreviver sem olhar a meios, com um ratinho que é a sua única companhia… Com muito, muito medo mas, ao mesmo tempo, com muita, muita coragem; com uma vontade de sobreviver para esperar quem mais deseja… Essa criança não se julga!
No fundo, és um herói que me tocou, um herói que sobreviveu, um herói que ama a família. Um verdadeiro Herói!
Agradeço-te os momentos que passámos juntos e tudo o que me ensinaste.
Um abraço do teu amigo,

Diogo Moreira

A segunda carta é endereçada ao Pedro, do livro de Maria Teresa Maia Gonzalez, Pedro, olhos de águia, da Difel. 


Querido Pedro:
Soube o que se passou: o teu pai preso por desvio de dinheiro na empresa do teu tio; a tua mãe juntou-se a outro homem, um tal de Martins que tu e o teu irmão tratam por “Inútil”; o teu irmão Marco deixou de ver o teu pai desde que ele foi preso; os teus avós paternos nunca mais quiseram saber do filho que foi para a prisão… Enfim!… A tua vida virou do avesso. Admiro tudo o que fizeste para ajudar o teu pai. Foste o único que nunca lhe voltou as costas. Quando soubeste que ele estava quase a sair da prisão, fizeste tudo para arranjar dinheiro para ele poder recomeçar a sua vida. A tua coragem!
A tua família, os Castelo Branco com passado, fortuna, dignidade e honra (só os têm de nome), preferiu deixar de lado o que aconteceu em vez de enfrentar a realidade. Nesta família, a única pessoa com honra e dignidade és tu. Tu, apenas com quinze anos, sobrecarregaste tudo nos teus ombros. És um herói.
A carta que escreveste à tua avó foi bem escrita. Adorei, principalmente a parte em que disseste: “quanto aos avós, se tiverem um pingo de vergonha na cara, em vez de aparecerem, dêem uma volta ao cérebro e vejam se descobrem o que poderão (e deverão) fazer para não continuarem a ser completamente inúteis em nome dessa tal honra que apregoam.”
Gostava de ser como tu. Ter a tua força, coragem, generosidade.
Todo o teu ser me fez pensar. Mudou algo em mim. Acho que estou mais forte. Ensinaste-me a não desistir. A lutar por tudo aquilo que quero. Tenho muito a agradecer-te. Depois de ter falado contigo, não consegui ser a mesma. Sinto-me mais livre. Parece que não existe mais ninguém, só eu. Vagueio por todo o lado, ninguém me impede. Não quero saber das críticas dos outros. Já não sou a rapariga de quem os outros podiam falar e ela ficava presa ao que eles diziam. Isso acabou. Sou livre. Obrigada.
Beijos

Sandra Santos

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...