sexta-feira, 10 de junho de 2011

DIA DE PORTUGAL E DE CAMÕES

"Ler Camões é mergulhar no que a nossa língua tem de mais belo e mais profundo e, portanto, é enriquecer o nosso conhecimento e utilização da língua que é também um instrumento importante para fazer face aos problemas".
Palavras do poeta Vasco Graça Moura, na véspera do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
Quando dará Portugal nova motivação para outra epopeia tão grandiosa como a de Luís de Camões?



"As armas, e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta."




Os Lusíadas (Proposição)

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