Comemora-se, no dia 10 de Dezembro, os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Para assinalar o dia, a BE/CR convidou os professores a debaterem o assunto com os alunos para que eles tenham consciência que todo o ser humano tem direitos (seja qual for a sua cor, raça, credo, cultura, ideologia, classe social) mas que são atropelados e violados em muitos países provocando dor e sofrimento a muitas pessoas. Assim, foi sugerido que nas turmas sejam lidos poemas alusivos ao tema e discutido o assunto. Cada turma vai escrever uma frase sobre direitos humanos e ilustrá-la. Todas as frases vão ser colocadas num painel em papel cenário, na BE/CR, onde vai passar permanentemente um pequeno filme.
Para assinalar o dia, a BE/CR convidou os professores a debaterem o assunto com os alunos para que eles tenham consciência que todo o ser humano tem direitos (seja qual for a sua cor, raça, credo, cultura, ideologia, classe social) mas que são atropelados e violados em muitos países provocando dor e sofrimento a muitas pessoas. Assim, foi sugerido que nas turmas sejam lidos poemas alusivos ao tema e discutido o assunto. Cada turma vai escrever uma frase sobre direitos humanos e ilustrá-la. Todas as frases vão ser colocadas num painel em papel cenário, na BE/CR, onde vai passar permanentemente um pequeno filme.
O Netprof disponibiliza um dossiê completo sobre o tema em:
Outros sites de interesse onde se podem encontrar materiais de trabalho:
http://confrontos.no.sapo.pt/
http://www.fd.uc.pt/hrc/enciclopedia/
http://sitio.dgidc.minedu.pt/cidadania/Paginas/Projecto_Viver_Direitos_Humanos_matP.aspx
http://confrontos.no.sapo.pt/
http://www.fd.uc.pt/hrc/enciclopedia/
http://sitio.dgidc.minedu.pt/cidadania/Paginas/Projecto_Viver_Direitos_Humanos_matP.aspx
Fazemos nossas as palavras de dois grandes poetas portugueses, José Régio e José Saramago, para homenagear todos aqueles sobre quem recai a injustiça e que não vêem os seus direitos respeitados porque, simplesmente, são ignorados.
Soneto dos vencidos
Quando subi a serra, alguns troçaram,
Enquanto a multidão, em volta, ria...
E troças e risadas arranharam
Tudo o que em mim sentia e se doía.
Todos os mais, depois, me detestaram,
Por eu não ser igual à maioria.
E, fortes, contra um, cem abusaram,
Enquanto a multidão, em volta, ria..
Fartar, vilões, que estou cansado!
Eis-me – Ecce-Homo! – Nu, prostrado e atado.
Podeis lançar-me à cara os vossos lodos!
Mas eu, quanto mais sofro mais me prezo:
Só o meu orgulho iguala o meu desprezo...
E vingo-me em ter pena de vós todos.
Quando subi a serra, alguns troçaram,
Enquanto a multidão, em volta, ria...
E troças e risadas arranharam
Tudo o que em mim sentia e se doía.
Todos os mais, depois, me detestaram,
Por eu não ser igual à maioria.
E, fortes, contra um, cem abusaram,
Enquanto a multidão, em volta, ria..
Fartar, vilões, que estou cansado!
Eis-me – Ecce-Homo! – Nu, prostrado e atado.
Podeis lançar-me à cara os vossos lodos!
Mas eu, quanto mais sofro mais me prezo:
Só o meu orgulho iguala o meu desprezo...
E vingo-me em ter pena de vós todos.
(José Régio, in Ver. Bysancio, I, 1923)
Fala do Velho do Restelo ao Astronauta
Aqui, na terra, a fome continua,
A miséria, o luto, e outra vez a fome.
Acendemos cigarros em fogos de napalme
E dizemos amor sem saber o que seja.
Mas fizemos de ti a prova da riqueza
Ou talvez da pobreza, e da fome outra vez,
E pusemos em ti nem eu sei que desejo
De mais alto que nós, e melhor, e mais puro.
No jornal soletramos, de olhos tensos,
Maravilhas de espaço e de vertigem:
Salgados oceanos que circundam
Ilhas mortas de sede, onde não chove.
Mas o mundo, astronauta, é boa mesa
(E as bombas de napalme são brinquedos),
Onde come, brincando, só a fome,
Só a fome, astronauta, só a fome.
A miséria, o luto, e outra vez a fome.
Acendemos cigarros em fogos de napalme
E dizemos amor sem saber o que seja.
Mas fizemos de ti a prova da riqueza
Ou talvez da pobreza, e da fome outra vez,
E pusemos em ti nem eu sei que desejo
De mais alto que nós, e melhor, e mais puro.
No jornal soletramos, de olhos tensos,
Maravilhas de espaço e de vertigem:
Salgados oceanos que circundam
Ilhas mortas de sede, onde não chove.
Mas o mundo, astronauta, é boa mesa
(E as bombas de napalme são brinquedos),
Onde come, brincando, só a fome,
Só a fome, astronauta, só a fome.
José Saramago, Poemas
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