sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

CARTAS DE AMOR - 6ª CARTA


Eis a carta "triste e definitiva" que a Andorinha Sinhá escreveu ao Gato Malhado onde lhe revela a impossibilidade de manterem o namoro porque "uma andorinha não pode jamais casar com um gato", apesar de terem passado momentos muito felizes.

Estas cartas foram escritas o ano passado, numa aula de Língua Portuguesa, pelos alunos do 8º ano, quando estudaram O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado. Era, aliás, uma das tarefas de um Webquest elaborado para análise da obra com recurso às novas tecnologias. Aqui ficam as duas melhores cartas.





Meu Amor:

Certo dia, encontrei-te e por ti me apaixonei.
Nunca vivi algo tão lindo como o amor que nos une. Parece que tudo é um sonho, um sonho lindo. Nunca pensei amar alguém desta maneira, muito menos apaixonar-me por alguém tão diferente de mim. Somos tão diferentes mas, ao mesmo tempo, tão iguais. Sabes? Sempre pensei ter o apoio dos meus pais para todas as minhas decisões, pois sempre me disseram que estariam do meu lado para tudo o que desse e viesse mas, infelizmente, isso não aconteceu com a nossa união. Ninguém acredita naquilo que sentimos e significamos um para o outro. Talvez porque é algo que apenas nós sentimos e jamais alguém o poderá ver. O amor, tal como todos os sentimentos, não se vê, unicamente sente-se.
Todos aqueles momentos que passámos juntos jamais poderão ser apagados da minha memória e muito menos do meu coração, pois amo-te do fundo do meu coração e a minha vida daqui para a frente não vai ser mais nada do que apenas solidão.
Só tu me fazes sorrir quando no fundo me apetece chorar. Tudo, um dia, tem de acabar e a nossa história de amor acaba aqui, não porque eu o queira mas, sim, porque a isso sou obrigada.
O sonho acabou e a dor ficou!!!
Amo-te de mais para poder viver sem ti…
Da tua e para sempre
Sinhá***

Joana Assunção e Helder Moreira, (quando frequentavam o 8ºCEF)


Querido Gato:
Estou a escrever-te porque, agora que não te posso ver, sinto saudades do tempo que passámos juntos, dos passeios que demos, das noitadas que passámos...
Como deves saber, vou-me casar com o Rouxinol mas não por vontade própria. Foi tudo ideia dos meus pais. Não nos vamos ver mais mas, acredita, vais estar sempre no meu coração. És muito importante para mim e isso ninguém vai mudar. Sabes que gosto muito de ti mas, por mais que queira, não posso contrariar os meus pais. Daqui a uns dias vai ser a festa, provavelmente não vais aparecer mas não te julgo por isso. Longe de ti, para mim, o céu não vai ter estrelas, o ar vai estar sempre cinzento. Odeio esta lei que proíbe o nosso amor. Isto nem é uma lei pois não está escrito em lado nenhum, esta sociedade é pior que sei lá o quê…
Vou sentir saudades tuas…
Assim me despeço.
Da sempre tua
Sinhá

Ines Oliveira e João Ricardo (quando frequentavam o 8ºA)


1 comentário:

Mª Fernanda disse...

Parabéns "andorinhas", pela capacidade de amar e partilhar os vossos sentimentos lindos.
Se me permitem, uma dica para toda a vossa vida: - não alimentar solidões, paixões doentias... antes, fortalecer a capacidade de amar, de estar sempre saudavelmente apaixonadas, seja por "gatos, pássaros, flores, casas dos gatos, ninhos dos pássaros, jardins das flores, céu, mar, infinito..."

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